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Le Corbusier e a arquitetura moderna

Atualizado: 6 de ago.

Le Corbusier é um dos arquitetos mais famosos (e polêmicos) do mundo. Nascido em 1887, na cidade de La Chaux-de-Fonds, na Suíça, ele viveu grande parte da sua vida na França e inclusive se tornou cidadão francês. Marcou a arquitetura do século XX com sua audácia e pioneirismo na área. Ele começou sua carreira se opondo ao cubismo, defendeu uma arquitetura moderna, buscou uma linguagem nova e rompeu com o pensamento tradicional sobre os espaços de moradia.


O arquiteto marcou a arquitetura francesa e mundial com seus cinco pontos da linguagem arquitetônica que são os seguintes: planta livre, fachada livre, pilotis, terraço-jardim e janelas em fita (plan libre, façade libre, pilotis, toit-terrasse et fenêtre en longueur). Estes são os cinco pontos que se tornaram os fundamentos da arquitetura moderna. Ele propõe um método de construção racional e industrializável. Seu material favorito é o concreto por ser econômico, muito resistente, e com uma enorme vida útil. Quatro vantagens o caracterizam: inércia térmica, resistência à compressão e ao fogo, reciclabilidade. Esses cinco pilares da nova arquitetura foram colocados em prática pelo arquiteto suíço em 1929 no seu projeto chamado Villa Savoye, em Poissy, na França. 


Além de ter fundado os cinco pilares da nova arquitetura, Le Corbusier é muito conhecido pelos seus trabalhos na área da habitação social. Esses projetos são marcados pela modernidade e o progresso tecnológico, o seu auge se dá imediatamente após a Segunda Guerra. A definição que o arquiteto dá para uma “casa” é polêmica, ele a chama de "máquina de habitar" (« machine à habiter »), o que mostra a sua vontade de superar a oposição entre arte e técnica. Ele vai, dessa forma, estabelecer os princípios de uma arquitetura nova que responde às demandas das condições sociais, econômicas e tecnológicas do século XX. 

O conjunto de edifícios modulares na cidade de Marseille, no sul da França,  é um exemplo notável do conceito de unité d’habitation (unidade habitacional), criado por Le Corbusier. Essa abordagem revolucionária buscava não apenas fornecer moradias, mas também criar comunidades autossuficientes e integradas, onde os residentes pudessem viver, trabalhar e socializar em um ambiente planejado e projetado para atender às suas necessidades:



Após a Segunda Guerra Mundial, houve uma urgente necessidade de reconstrução e habitação na Europa. Nesse contexto, o conceito de unité d’habitation tornou-se de grande importância, pois oferecia uma solução inovadora para a escassez de moradias, além de se preocupar com o planejamento urbano e a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

O edifício em Marseille, chamado la Cité Radieuse desempenhou um papel muito significativo na história da cidade e na evolução da arquitetura moderna. Além de fornecer moradias, tornou-se um marco arquitetônico. Sua influência transcendeu o campo da arquitetura, inspirando o desenvolvimento urbano e a criação de espaços habitacionais inovadores em todo o mundo.

O conceito de unidade habitacional baseia-se na necessidade de aumentar a altura dos edifícios, para alcançar uma maior densidade de habitação e, ao mesmo tempo, preservar espaços naturais entre as construções. O arquiteto imagina torres sobre pilotis para liberar o solo da influência dos edifícios e permitir que os primeiros andares desfrutem do horizonte, do sol e do "ar puro". Essas torres têm coberturas-terraços destinadas a atividades ao ar livre e lazer, bem como um conjunto de serviços (comércios, escolas, creches, centros de saúde, instalações esportivas e culturais, etc.), concebidos como "extensões" das habitações (Le Corbusier, 1943, 1957). 

O sucesso e importância de Le Corbusier foram eternizados nas notas de dez francos suíços, o que mostra o destaque do arquiteto no seu país natal, mesmo que ele seja, quase sempre, associado à França. A sua influência transcendeu fronteiras, ele deixou um legado marcante na arquitetura mundial. Suas obras emblemáticas, como a Unidade de Habitação em Marseille e a Capela de Notre Dame du Haut em Ronchamp, continuam sendo inspiração para arquitetos e urbanistas do mundo todo até os dias de hoje. Sua arquitetura visionária e seu compromisso com a funcionalidade consolidaram Le Corbusier como um dos pilares da arquitetura moderna.



Depois dessa pequena apresentação, deixo como dica um vídeo muito interessante do canal France Culture sobre a Cité Radieuse, em Marseille, projeto arquitetônico concebido por Le Corbusier:



Fontes: 



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